segunda-feira, 14 de abril de 2014

O MARTÍRIO DE TIRADENTES, UMA FARSA CRIADA POR LÍDERES DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA





Joaquim José da Silva Xavier - Maçonaria Independente.



O MARTÍRIO DE TIRADENTES, UMA FARSA CRIADA POR LÍDERES DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA
Guilhobel Aurélio Camargo

Ele estava muito bem vivo, um ano depois, em Paris. O feriado de 21 de abril é fruto de uma história fabricada que criou Tiradentes como bode expiatório, que levaria a culpa pelo movimento da Inconfidência Mineira. Quem morreu no lugar dele foi um ladrão chamado Isidro Gouveia.

A mentira que criou o feriado de 21 de abril é:  Tiradentes foi sentenciado à morte e foi enforcado no dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, no local chamado Campo da Lampadosa, que hoje é conhecido como a Praça Tiradentes. Com a Proclamação da República, precisava ser criada uma nova identidade nacional. Pensou-se em eternizar Marechal Deodoro, mas o escolhido foi Tiradentes. Ele era de Minas Gerais, estado que tinha na época a maior força republicana e era um polo comercial muito forte. Jogaram ao povo uma imagem de Tiradentes parecida com a de Cristo e era o que bastava: um “Cristo da Multidão”. Transformaram-no em herói nacional cuja figura e história “construída” agradava tanto à elite quanto ao povo.

A vida dele em poucas palavras: Tiradentes nasceu em 1746 na Fazenda do Pombal, entre São José e São João Del Rei (MG). Era filho de um pequeno fazendeiro. Ficou órfão de mãe aos nove anos e perdeu o pai aos 11. Não chegou a concluir o curso primário. Foi morar com seu padrinho, Sebastião Ferreira Dantas, um cirurgião que lhe deu ensinamentos de Medicina e Odontologia. Ainda jovem, ficou conhecido pela habilidade com que arrancava os dentes estragados das pessoas. Daí veio o apelido de Tira-dentes. Em 1780, tornou-se um soldado e, um ano à frente, foi promovido a alferes. Nesta mesma época, envolveu-se na Inconfidência Mineira contra a Coroa portuguesa, que explorava o ouro encontrado em Minas Gerais. Tiradentes foi iniciado na maçonaria pelo poeta e juiz Cruz e Silva, amigo de vários inconfidentes. Tiradentes teria salvado a vida de Cruz e Silva, não se sabe em que circunstâncias.

Tiradentes, maçonaria e a Inconfidência Mineira: Como era um simples alferes (patente igual à de tenente), não lideraria coronéis, brigadeiros, padres e desembargadores, que eram os verdadeiros líderes do movimento. Semi-alfabetizado, é muito provável que nunca esteve plenamente a par dos planos e objetivos do movimento. Em todos os movimentos libertários acontecidos no Brasil, durante os  séculos XVIII e XIX, era comum o "dedo da maçonaria". E Tiradentes foi maçom, mas estava longe de acompanhar os maçons envolvidos na Inconfidência, porque esses eram cultos, e em sua grande parte, estudantes que haviam recentemente regressado "formados” da cidade de Coimbra, em Portugal. Uma das evidências documentais da participação da Maçonaria são as cartas de denúncia existentes nos autos da Devassa, informando que maçons estavam envolvidos nos conluios.

Os maçons brasileiros foram encorajados na tentativa de libertação, pela história dos Estados Unidos da América, onde saíram  vitoriosos - mesmo em luta desigual - os maçons norte-americanos George Washington, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson. Também é possivel comprovar a participação da Maçonaria na Inconfidência Mineira, sob o pavilhão e o dístico maçônico do Libertas quae sera tamen, que adorna o triângulo perfeito, com este fragmento de Virgílio (Éclogas,I,27) Tiradentes era um dos poucos inconfidentes que não tinha família. Tinha apenas uma filha ilegítima e traçava planos para casar-se com a sobrinha de um padre chamado Rolim, por motivos econômicos. Ele era, então, de todo o grupo, aquele considerado como uma “codorna no chão”, o mais frágil dos inconfidentes. Sem família e sem dinheiro, querendo abocanhar as riquezas do padre. Era o de menor preparo cultural e poucos amigos. Portanto, a melhor escolha para desempenhar o papel de um bode expiatório que livraria da morte os verdadeiros chefes.

E foi assim que foi armada a traição, em 15 de março de 1789, com o Silvério dos Reis indo ao Palácio do governador e denunciando o Tiradentes. Ele foi preso no Rio de Janeiro, na Cadeia Velha, e seu julgamento prolongou-se por dois anos. Durante todo o processo, ele admitiu voluntariamente ser o líder do movimento, porque tinha a promessa que  livrariam a sua cabeça na hipótese de uma condenação por pena de morte. Em 21 de abril de 1792, com ajuda de companheiros da maçonaria, foi trocado por um ladrão, o carpinteiro Isidro Gouveia. O ladrão havia sido condenado à morte em 1790 e assumiu a identidade de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família, oferecida a ele pela maçonaria. Gouveia foi conduzido ao cadafalso e testemunhas que presenciaram a sua morte se diziam surpresas porque ele aparentava ter bem menos que seus 45 anos. No livro, de 1811, de autoria de Hipólito da Costa ("Narrativa da Perseguição") é documentada a diferença física de Tiradentes com o que foi executado em 21 de abril de 1792. O escritor Martim Francisco Ribeiro de Andrada III escreveu no livro "Contribuindo", de 1921: "Ninguém, por ocasião do suplício, lhe viu o rosto, e até hoje se discute se ele era feio ou bonito...".

O corpo do ladrão Gouveia foi esquartejado e os pedaços espalhados pela estrada até Vila Rica (MG), cidade onde o movimento se desenvolveu. A cabeça não foi encontrada, uma vez que sumiram com ela para não ser descoberta a farsa. Os demais inconfidentes foram condenados ao exílio ou absolvidos.

A descoberta da farsa: Há 41 anos (1969), o historiador carioca Marcos Correa estava em Lisboa quando viu fotocópias de uma lista de presença na galeria da Assembléia Nacional francesa de 1793. Correa pesquisava sobre José Bonifácio de Andrada e Silva e acabou encontrando a assinatura que era o objeto de suas pesquisas. Próximo à assinatura de José Bonifácio, também aparecia a de um certo Antônio Xavier da Silva. Correa era funcionário do Banco do Brasil, se formara em grafotécnica e, por um acaso do destino, havia estudado muito a assinatura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Concluiu que as semelhanças eram impressionantes.

Tiradentes teria embarcado incógnito, com a ajuda dos irmãos maçons, na nau Golfinho, em agosto de 1792, com destino a Lisboa. Junto com Tiradentes seguiu sua namorada, conhecida como Perpétua Mineira e os  filhos do ladrão morto Isidro Gouveia. Em uma carta que foi encontrada na Torre do Tombo, em Lisboa, existe a narração do autor, desembargador Simão Sardinha, na qual diz ter-se encontrado, na Rua do Ouro, em dezembro no ano de 1792, com alguém muito parecido com Tiradentes, a quem conhecera no Brasil, e que ao reconhecê-lo saiu correndo. Há relatos que 14 anos depois, em 1806, Tiradentes teria voltado ao Brasil quando abriu uma botica na casa da namorada Perpétua Mineira, na rua dos Latoeiros (hoje Gonçalves Dias) e que morreu em 1818. Em 1822, Tiradentes foi reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira e, em 1865, proclamado Patrono Cívico da nação brasileira.





O TERNO PRETO. O CHAPÉU PRETO DESABADO: QUE DESCABIDA INVOLUÇÃO ...




Traje Maçônico - Maçonaria, Maçonaria Independente


“... traje maçônico mesmo é o Avental, sem o qual o Obreiro é considerado nu. ...”

   
 A opinião de JOSÉ CASTELLANI sobre o uso do famigerado “traje maçônico” chega a ser hilariante:
                                                                                                                                    
“Ocorre que, no Brasil, com a sua majoritária formação católica, ainda de um passado recente, não se desligou, ainda, do "traje de missa". E as instituições maçônicas, dentro dessa mentalidade, ainda preconizam --- algumas exigem --- até em sessões econômicas, ou administrativas,, o traje formal completo e, ainda por cima, negro, onde branca é só a camisa, transformando certas reuniões em verdadeiras convenções de agentes funerários.”
(“in Consultório Maçônico - vol.  VII  Editora A Trolha – 2000)



Perdoem-me, por favor, aqueles que pensam diferentemente, posto que todos temos o direito de externar as nossas opiniões, pensamentos e conclusões sobre todos os assuntos e, mais ainda, quando se trata de um tema de interesse geral.
 Não é minha pretensão veicular qualquer ofensa a qualquer Ir.’.  ou entidade maçônica, em especial àqueles que trabalharam, com pureza e dedicação,  para a implantação do terno preto e do chapéu disforme. No meu entender, perdoem, em verdadeira involução de costumes, contrárias a modernidade, ao caráter progressista da maçonaria, ao bom gosto, ao esoterismo e à estética.
  O terno negro, inapropriado para o nosso clima tropical, absolutamente fora de moda, somente era usado em fins do século IXX e no começo do século XX, para denotar o luto e a dor. Jamais o foi para demonstrar progresso, alegria e bem estar ...
 A cor negra, na prática inexiste, vez que o negro, por definição da física, é a ausência de cor, o nada, o caos, a treva.  Ao passo que o branco é a composição de todas as cores. É o brilho, a luz, a resplandecência.

                                        Deste modo por quê a cor negra nos usos maçônicos ?
                      
Simbolicamente o negro – MAS NÃO NAS VESTES - é usado nas sessões do grau 3, justamente para demonstrar dor e luto, mas não faz sentido, “data venia”, ligar o traje negro à lenda de Hiram Habi, como querem alguns. Nós que a conhecemos, sabemos que os MM.’. que teriam sido seus contemporâneos lamentariam a sua morte, contudo nada nos diz que se trajariam com vestes negras para o luto. Aliás, em razão da época e do local em que se passaria a estória, o luto e o desgosto não eram demonstrados por trajes negros, mas por rasgamento dos trajes usados no momento da notícia infausta.
Faz pouco tempo, pois aconteceu em 1993 a implantação – pela GLMERJ - do uso obrigatório de um uniforme a pretexto de que não fossem visíveis quaisquer diferenças entre os irmãos – traje passeio completo (terno e gravata pretos, sapatos pretos e camisa branca) - e mais o uso de chapéu preto de aba mole para as sessões do grau de mestre-maçom.
Entretanto, verdade seja dita, não é a cor do traje ou a sua uniformização que faz a igualdade entre os maçons: É O SENTIMENTO SINCERO DE FRATERNIDADE. Ademais, não é o traje um instrumento capaz de proporcionar IGUALDADE, isso foge à lógica e constitui, “rogata venia”, falsa premissa. E, por mais que se não queira, muitos irmãos atribuem a adoção do terno, sapatos, meias e chapéus pretos  como costumes judaicos incompatíveis com as nossas leis. Para que seja comprovada esta afirmação, basta que examinemos as fotos históricas da maçonaria brasileira.
Por sua vez, o balandrau não é um traje tradicional e é tolerado somente em sessões ordinárias. Foi criado durante o primeiro quartel do século passado, pelo Soberano Grão Mestrado do Grande Oriente do Brasil, para que os maçons o usassem nos dias de calor intenso. É como se fosse um guarda pó, de algodão ou seda, fechado até a altura do pescoço e longo em seu comprimento até aos tornozelos.
Pelas fotografias que temos visto, verifica-se que o traje apropriado é o PASSEIO COMPLETO DE CORES SÓBRIAS, inclusive o branco para as sessões ordinárias e o TRAJE RIGOR para as sessões magnas, sendo admitido também o branco rigor.
Além de todos estes argumentos vai aqui mais um: é verdadeiramente desagradável transitar na via pública trajado de terno preto e usando, ainda, a gravata  preta; os transeuntes olham curiosos para quem assim se veste, justamente em razão do desuso. Esse traje de mau gosto – perdoem - fica ainda mais notável quando desloca-se, em uma só direção, um grupo de pessoas,  assim vestidas.
Relativamente ao uso do chapéu de abas moles (desabado como preferem alguns), o retrocedimento histórico e dos costumes é mais notável. Não há lugar na época atual para o uso de um chapéu disforme, feio, inadequado para o traje de passeio completo em uso na atualidade. O seu modelo remonta à idade média, já que os chapéus, há mais de 500 anos são de modelos bonitos, de feltro, lã, ou de pelos de lebre, rígidos, bem confeccionados e elegantes, pelo que não há lugar para um retrocesso ou à volta de um passado remoto, mesmo porque apesar da minha longa vida maçônica, notei que somente de 1993 em diante é que os Veneráveis Mestres foram obrigados ao terno e ao chapéu negros.
Ademais, o chapéu desabado, torna a aparência de quem o usa verdadeiramente ridícula: trajado de passeio completo, de feitio moderno, tendo como cobertura um chapéu de modelo vetusto em absoluto desuso há muitos séculos, é incabível. 
E finalmente, em desprezo a esta absurda exigência, a esmagadora maioria dos maçons – Mesmo reunidos em loja – e todos já vimos, felizmente não usam sequer chapéu, quanto mais um, cujo modelo não é apropriado à nossa época.  Raríssimas vezes presenciei um ou outro irmão usando chapéu durante as sessões maçônicas, exceção feita a alguns Veneráveis Mestres. Porém, assisti várias vezes, em trabalhos, das Altas administrações das nossas Potências normalmente paramentadas, mas  sem chapéus, inclusive os Soberanos ou  Sereníssimos Grãos Mestres.
               Pelo que se vê, a norma criada em 1993, o foi para não ser totalmente cumprida, evidentemente por incômoda e inadequada ao nosso tempo.
Diante da clareza meridiana destes argumentos e fatos inegáveis, sugiro e peço respeitosamente a revisão dessas normas de conduta sobre o uso obrigatório do terno negro e do chapéu, propondo a criação de uma comissão revisora de costumes, para reexaminar este novo costume. ///
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