quarta-feira, 26 de março de 2014

A PEDRA BRUTA, JÓ E O APRENDIZ




A PEDRA BRUTA, JÓ E O APRENDIZ

À Glória do Grande Arquiteto do Universo.



Gostaria de discorrer a essa A∴R∴L∴ de forma dissertativa e simbólica sobre a comparação
entre a Pedra Bruta, Jó e o Aprendiz Maçom.

Jó, conforme informa o Livro da Lei usado pelos Maçons Brasileiros, a Bíblia, era um homem
próspero, bom, honesto temia e amava o G∴A∴D∴U∴ e procurava não fazer nada de errado. Jó
tinha 10 filhos, sendo 7 homens e 3 mulheres, Jó era o homem mais rico de todo Oriente. Diz a
história que certo dia Lúcifer chegou-se ao G∴A∴D∴U∴ que lhe perguntou se tinha conhecimento
de seu servo Jó, sendo este considerado o mais virtuoso servo seu de toda terra. Então Lúcifer
propôs ao G∴A∴D∴U∴ por Jó a prova, tornando-o, simbolicamente, Pedra Bruta a ser
Desbastada, como se fosse ele iniciado.

Então o G∴A∴D∴U∴ permitiu que Lúcifer iniciasse com as provas a Jó, desde que este não
tocasse na vida de Jó, então assim inicia Jó as três viagens.

Certo dia quando estava todo seus filhos reunidos dentro da mesma tenda, adveio uma
tragédia matando toda sua família.

O que é mais forte do que perder a Família? Os filhos são heranças do Senhor! A Família é o
alicerce da sociedade, é o alicerce da religião, é o alicerce dos laços eternos que levam a presença
do G∴A∴D∴U∴ O homem que tem uma Família estruturada é um homem que tem o maior dos
tesouros! Por estas razões é que a Família é tão atacada!

Após perder sua Família, Jó encontra-se absolutamente só, o que me remete a Câmara de
Reflexões e as palavras: “Nesta aparente solidão, não acredite estar só. Mergulhe em si e veja se
existe algum ser mais perto de ti. Sim, Ele, o G∴A∴D∴U∴, está bem perto de ti.” Tais palavras
devem estar cravadas e vivas em nossos corações, para que todos os dias meditemos nela de modo
a não nos sentirmos só no turbilhão de nossos problemas, de modo a termos um reconforto e a
direção correta que nossa alma imortal precisa.

Então Jó inicia sua primeira viagem, passando pela prova do Fogo.

O Fogo é o mais forte dos elementos da natureza, ele consome e destrói tudo em que toda,
da mesma forma, ele é poderoso e consome as impurezas da Alma.


A resposta de Jó a prova do Fogo a que fora submetido, foi: “Nasci nu, sem nada e assim
morrerei. Se o G∴A∴D∴U∴ deu, da mesma forma ele o pode tirar, louvado seja o seu nome”.
Podemos comparar esta resposta com a frase iniciática: “Estás decidido a entregar-se em nossas
mãos? Muito bem Senhor, as vontade será satisfeita. Consentis que este Perseverante se transforme
em Sofredor.”

Terminando assim sua 1ª viagem, passando pelo Sul e sendo rigorosamente submetido a
prova do Fogo.

Conta-nos ainda, que nos mesmo dia em que perdera sua Família, Jó também perdera sua
riqueza.

Podemos dizer que paralelamente, isso nos remete a Câmara de Preparação, onde o iniciado
é despojado de todos os seus Metais e Jóias, de modo a despojá-lo de todas as decorações ilusórias,
de que o seu orgulho se cobre.

Da mesma forma Jó fora despojado de todos seus metais e jóias. Iniciando então sua 2ª
viagem.

A água lava, purifica e dissolve todas as coisas impuras. A riqueza do homem muitas vezes o
conduz a vaidade, que cega os olhos e a alma, desvirtuando-a do caminho que o levará a Sabedoria
e a Virtude, impedindo-o que o homem seja conduzido ao Templo da Verdade.


A Pedra Bruta deve sofrer os golpes de seus Mestres Artesãos para que seja moldada no
formato em que se tornar necessário as mãos de seus Mestres, da mesma forma o Aprendiz Maçom
deve ser lapidado à aprender a vencer suas paixões, à superar seus preconceitos e principalmente
submeter-se as vontades da Lei e da Justiça, mesmo não entendendo o motivo de tamanha
adversidade.

Mais uma vez a resposta de Jó fora: “Nasci nu, sem nada e assim morrerei. Se o
G∴A∴D∴U∴ deu, da mesma forma ele o pode tirar, louvado seja o seu nome”.

Terminando assim sua 2ª viagem, passando pelo Norte e sendo rigorosamente submetido a
prova do Elemento Água.

Após passar pelas duas provas, sendo ele aprovado, o Mal lançou chagas sobre a carne de Jó
acometendo-o de grande enfermidade. Inicia-se então sua 3ª viagem.

Assim como o grão ao ser lançado a terra precisa morrer para dela receber a vida, assim
também foi com Jó e deve ser com todos os Aprendizes Maçons. A terra acelera a putrefação. A
doença deve nos tornar mais humanos. A morte resgata a vida! A Morte iguala todas as pessoas! É
no momento da enfermidade que descobrimos que não somos nada, mesmo sendo nós a imagem e
semelhança do G∴A∴D∴U∴ contudo nosso ser é mortal e é a Terra que nos consumirá.

A Pedra Bruta que não for lapidada corretamente será lançada fora, jogada a terra, que a
transformará em pó, fazendo com que sua natureza seja deteriorada extinguindo sua existência.

Durante sua 3ª viagem, no momento em que enfrentava sua enfermidade, Jó recebeu a
visita de seus amigos, que ao vê-lo nessa situação, ficaram muito tristes e abatidos, chorando e
gritando e em sinal de tristeza rasgaram suas vestes e jogaram terra e pó sobre suas cabeças em
sinal de solidariedade a Jó.

Aprendo que os Amigos de Jó, podem ser comparados simbolicamente a nossos Irmãos
Maçons, pois o Maçom que não abrir seu coração às necessidades e aos infortúnios dos outros
homens, é um monstro na sociedade dos Irmãos.

Em sua enfermidade Jó respondeu: “se recebemos do G∴A∴D∴U∴ as coisas boas, porque
não devemos aceitar também as desgraças?” São com respostas como esta que fazem com que “As
Trevas Não a Compreendam!”

Tendo concluído Jó a 3ª viagem, chegando ao Ocidente sendo submetido ao elemento Terra,
declarou em todas a viagens a limitação do homem e a soberania do G∴A∴D∴U∴ lhe sendo
concedido, ao final de suas viagens, a Verdadeira Luz.

Após ter sido Desbastado, Jó perseverou e sofreu e ao final recebeu seu salário. Nos conta a
história que em nenhum momento, Jó blasfemou ou amaldiçoou ao G∴A∴D∴U∴, pelo contrário
permaneceu firme de pé, Adhuc Stat, confiando na providência divina, sendo apoiado e ajudado por
seus amigos.

Como recompensa, o G∴A∴D∴U∴restituiu a casa de Jó, lhe dando em dobro tudo que
havia perdido.

Posso dizer que somos todos Pedras Brutas e que as dificuldades nos moldam, nos pólen,
nos aperfeiçoam e nos fazem crescer. Devemos lutar contra nossas paixões, lutar contra nossa
língua para não afanarmos o sagrado nome de Deus com lamentações, devemos ser perseverantes
e pacientes, confiando plenamente no socorro divino. Não devemos abandonar nossos amigos e
principalmente nossos Irmãos. Devemos praticar o Amor, a Perseverança e a Paciência, de igual
forma a Sabedoria, a Força e a Beleza, pois estas são as chaves para a construção do templo à
virtude e são a mola propulsora para vencer as paixões profanas, os preconceitos e a submissão as
leis e a justiça, nos fazendo progredir na Maçonaria.

Toda Pedra Acabada de tempos em tempos deve sofrer o polimento para não ficar fosca e
sem cor, assim somos nós, nunca estamos verdadeiramente prontos para o conhecimento, sempre
há de se aprender algo novo. Todos os Aprendizes Maçons trabalham sobre a Pedra Bruta para
Desbastá-la, tal como Jó, ninguém é ou foi tão perfeito que não possa passar pelas provas divinas.

Thiago Ferreira Vicente∴ A∴M∴ da A∴R∴L∴S∴Regeneração e Ordem n° 07 – Agosto 2013

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