quarta-feira, 26 de março de 2014

FRATERNIDADE: SERIA UM IDEAL? UM CONCEITO? OU UMA UTOPIA?



À Glória do Grande Arquiteto do Universo.

“V∴ M∴, R∴ IIr∴, Ir∴ 1º Vig∴, Ir∴ 2º Vig∴, IIrr∴ M∴, IIrr∴ Comp∴ e IIrr∴ Ap∴ e em especial a
meu Padrinho Ir∴ M∴ João Leandro a quem desejo de todo coração muita saúde e uma boa recuperação
nesse momento de muita dor, saúdo-vos com um tríplice fraternal beijo e votos de profunda paz a todos os
irmãos.

Gostaria de discorrer a essa A∴R∴L∴ de forma dissertativa e simbólica sobre a Fraternidade, seria
um ideal? Um conceito? Ou uma utopia?

“Pedro e João subiram ao templo de Salomão para a Oração. Lá encontraram um coxo de
nascença, o qual pedia esmola todos os dias na porta do templo. E vendo João e Pedro o coxo lhe pediu
uma esmola. Pedro olhando para o coxo disse: - Não possuo nem prata e ouro, mais o que eu tenho isso te
dou! Em nome de Jesus de Nazaré, levanta e anda! E tomando o coxo pela mão, levantou-o e Juntos
adentraram Andando o templo de Salomão.
Atos 3:1-8”

Muito tenho ouvido falar nessas ultimas semanas sobre fraternidade e o que ela deve representar
para nós maçons. Fraternidade ao pé da letra, de acordo com o Aurélio, significa: 1. Parentesco de irmãos ou
irmãs. 2. União fraternal. 3. Amor ao próximo. 4. Boa inteligência entre os homens, harmonia. O termo
fraternal nos remete aos laços familiares, Amor Incondicional, Puro e Verdadeiro. Amor com vínculo de
parentesco entre irmãos e irmãs, que de acordo com o Dicionário só pode ser obtido por laços de sangue,
algo que só existe na relação mais íntima entre as pessoas, algo tão forte que faz com que nosso vínculo seja
inquebrável e eterno. É isso que ocorre quando somos admitidos em nossa ordem, somos considerados e
chamados de Irmãos, uma palavra forte que não deve ser desconsiderada ou em vão falada. O chamamento
de Irmão é tão forte e poderoso, como o próprio nome de Deus o G∴A∴D∴U∴. Mais pelo que eu vejo,
fraternidade, são apenas meras palavras ao vento.

“Se o teu Irmão está em perigo, voa em seu socorro e não temas arriscar a vida por ele. Se ele está
em NECESSIDADE, verte sobre ele os teus TESOUROS e alegra-te por teres podido fazer em emprego tão
gratificante.
Regras Maçônicas. Artigo VIII. Inciso II”

A regra de nossa ordem nos diz que TEMOS O DEVER, de voar em socorro ao nosso Irmão que
encontrar-se em NECESSIDADE. Devemos abrir mãos de nossos TESOUROS de forma alegre por ter auxiliado nosso Irmão e que esse auxilio GRATIFIQUE-SE no mais profundo e íntimo de sua alma.

O problema de nossa casa é que quando se fala em Tesouros, pensamos somente em DINHEIRO, ou
em ajuda financeira. Por que não ajudar ao irmão necessitado financeiramente? É claro que não podemos
tirar de onde não temos, não se deve tirar da boca de seus filhos para alimentar a outros, porém quando
temos devemos repartir. Mesmo sem recursos financeiros podemos ajudar a nossos irmãos, assim como
Pedro e João que não tinham outro ou prata, mais tinham a benção do senhor, curaram o enfermo que
ficava na porta do templo pedindo esmola ... da mesma forma, eu não tendo ainda recursos financeiros
suficientes para ajudar ao irmão necessitado, libero a este a minha maior benção que é o meu esforço e
trabalho em prol do irmão em necessidades. Muitas vezes podemos ajudar nosso Irmão necessitado,
simplesmente com um apoio psicológico, ou com uma indicação a algo que pode ser de grande valia e ajuda a nosso Irmão, ou até mesmo a nossa prestação de serviços ao nosso Irmão necessitado. Isso pode ser visto no relato de Atos 3:1-8, quando Pedro e João subiram ao Templo de Salomão e lá chegando encontraram um Coxo que estava a pedir esmolas. Como eu já disse, nem sempre a ajuda financeira é a melhor ajuda em determinadas situações. Na situação do Coxo, dar-lhes esmola não resolveria o seu problema. Pedro e João não tinham Tesouros materiais para dar ao Coxo, contudo a única coisa que eles tinham era a graça de Deus, ou seja, uma Benção. Após dado a Benção de Deus ao Coxo, este ficou imediatamente curado. Pedro e João, AJUDARAM-NO a se levantar e JUNTOS adentraram no Templo de Salomão para Agradecerem a Deus.

Temos nos dias de hoje uma situação parecida. Nosso Irmão João Leandro, convalescendo de um
tumor no cérebro, está precisando de nosso auxilio. E o que estamos fazendo para ajudá-lo? NADA!
Pessoalmente, todo esforço feito por mim para ajudá-lo, ainda não é suficiente para suprir suas
necessidades, contudo estou no meu limite máximo de auxílio. Assim como Pedro e João, não possuo, ainda, bens materiais, Ouro ou Prata para auxiliar nosso Irmão, contudo, dentro da minha profissão profana, estou movendo céus e terras para abrir as portas para o seu auxilio, enquanto estiver, nosso Irmão, impossibilitado de trabalhar. E o que eu ganhei em troca por ter auxiliado nosso Irmão João Leandro? Graças a Deus nada! Ajudar a outrem em troca de algum tipo de retribuição não é ajuda e sim troca de favores. Não é esse o conceito de Fraternidade. Não fiz nada mais do que minha pura obrigação maçônica.

O grande impedimento a pratica da verdadeira fraternidade é o nosso Ego, é o nosso apreço
exagerado que temos por nós mesmos. Nos nossos dias atuais, só se faz a caridade fraternal se dela derivar
algum tipo de reconhecimento formal ou algum tipo de projeção social, isso não é fraternidade, isso é jogo
de marketing e interesse. Marketing pra se promover socialmente a fim de se ter status, poder e interesses
em ter em troca algum tipo de benefício, material, social ou psicológico.

De que adianta ir no Uaith ajudar pessoas que nem conhecemos, quando nosso irmão que come em
nossa mesa precisa de nós? A resposta é simples! Ir no Uaith faz com que nos tornemos famosos, enquanto
ajudar ao irmão NÃO. Ajudar ao irmão nos mantém no mais absoluto ANONIMATO.

A fraternidade praticada como projeção social não é a fraternidade pregada em nossas oficinas. Essa
pratica ofende nossos Landmarks, rasga de nossas vidas o nosso verdadeiro compromisso maçônico e faz
com que construamos verdadeiros tempos ao vício, ao invés de masmorras. Não devemos como verdadeiros obreiros tolerar essas praticas no seio de nossa Augusta e Respeitável Sociedade.

Estamos em tempo de política, eleições a cadeira de Grão Mestre, muito temos ouvindo falar em se
achegar, aproximar do G∴O∴B∴, sermos amigos deles, sermos como eles etc. Mais por que isso? Porque no G∴O∴B∴ a pratica da fraternidade entre os irmãos é muito forte, algo que não se vê em nossa própria
casa, nossa própria potência, ou seja, no G∴O∴I∴R∴J∴.

Primeiro ponto errado, não devemos procurar ser amigos dos membros do G∴O∴B∴, somos
simplesmente seus Irmãos e isso já deveria ser mais do que suficiente para um reconhecimento mutuo entre
as potências.

Segundo ponto é sermos iguais a eles. Como seremos iguais a eles, na pratica da fraternidade, se
ainda estamos presos em nossa própria vaidade e egoísmo? Ainda não estamos dispostos a partir em socorro de nosso próprio irmão, ajudando-o com todos os esforços que temos a nosso alcance.

Contudo, a idéia de uma integração com o G∴O∴B∴ é boa, e sempre devemos reproduzir os bons
exemplos, mais a mensagem do jeito que está sendo dita e pregada é que está no formato errado.

Querem nos fazer a imagem e semelhança do G∴O∴B∴ porque lá, além da fraternidade, entre os
irmãos, ser forte, também há irmãos que têm em suas atividades profanas altos graus de influência, fazendo
com que, literalmente, portas sejam abertas em auxílio aos irmãos de sua própria potência, de modo que, ao não praticarmos isso, como potência, como G∴O∴I∴R∴J∴, acabamos ficando sempre pra trás.
Porque ao invés de nos aproximarmos do G∴O∴B ∴não promovemos uma revolução institucional,
com a principal pauta sendo a mudança de comportamento? ou mentalidade? Ou a forma de irmandade
entre nós?

Está mais do que na hora de sacudirmos as estruturas, primeiro de nossa própria potência, para que
por meio de NOSSA maior INTEGRAÇÃO e COOPERAÇÃO MUTUA entre os irmãos, possamos assim, finalmente sermos conhecidos como uma potência forte, com irmãos prósperos e influentes no seio de nossa sociedade.

Infelizmente nós, “Novos Maçons ou Maçons desse Século”, estamos tão presos em nossa própria
vaidade, egoísmo, egocentrismo que esquecemos de quem realmente nós somos e para que realmente
fomos concebidos, simbolicamente em nossa nova vida maçônica, a este mundo fazer. A vaidade nos faz ter ostentação pelas coisas fúteis e vãs e é o que nos trás o sentimento de grande valorização em nós mesmos e
em nossos falidos atos e principalmente, acima de tudo, nos impede a praticar o verdadeiro amor ao
próximo.

Nesta ultima peça arquitetônica apresentada no Grau de Aprendiz Maçom, gostaria de deixar
registrado que quando um maçom é iniciado na ordem ele sempre vem em busca de um Raio de Luz. O
VERDADEIRO RAIO DE LUZ é a LUZ do G∴A∴D∴U∴ que precisamos ter para iluminar nossa caminhada, a única luz que nos guiará pelo caminho árduo da virtude, do amor e da fraternidade, da mansidão, da retidão e da justiça e não nossa auto-imagem, como uma mera exposição individual de nossos feitos ou os de qualquer Irmão, numa demonstração tola de nossa imagem corrompida do G∴A∴D∴U∴. O verdadeiro Raio de Luz deve ser praticado sem palavras ou sem autobiografias vãs, somente com nossos atos e atitudes, sem qualquer tipo de propaganda, que reflita em nós, verdadeiramente, a imagem e a semelhança do todo poderoso e perfeito criador de modo que sejamos considerados pequenos Cristos na terra. Não o Cristo Homem, e sim o Símbolo Cristo, Símbolo supremo da Retidão, da Fraternidade, do Amor, da Mansidão e do Perdão.

Como Maçons Devemos ser: Sóbrios, humildes, despojados de bens materiais, simples, modestos,
naturais, singelos para com nossos irmãos, despretensiosos, úteis, prestativos, servos, pacientes,
transparentes, importantes e interessados, grupo, coletividade, conjunto. Lembrando que individualmente
não somos nada e ninguém, mais juntos, em conjunto com outros irmãos somos FORTES e INQUEBRÁVEIS e isso é o que devemos aprender e praticar como potência. Que saiamos deste Templo, levando além dessas paredes nosso sonho, de um dia sermos fortes, influentes, prósperos, unidos, Irmão levantando Irmão e entrando com ele de braços dados nas portas do Templo de Salomão, transmitindo a Verdadeira Luz. Essa será minha constante busca, porque não chamar de luta ou até obsessão, como Aprendiz, Companheiro, Mestre, Venerável, Mestre Instalado e Grão Mestre.

Que a FRATERNIDADE por nós revelada, não seja apenas um CONCEITO aprendido em nossas
oficinas, e nem uma UTOPIA, ou seja, algo que nunca acontecerá, mas sim que seja algo VERDADEIRO e GENUÍNO para que nos seja revelado como PRATICA CONSTANTE entre nós nos dias de hoje e se torne um IDEAL a ser perseguido e praticado dia a dia sem nada querer em troca. E que o G∴A∴D∴U∴ com sua sabedoria e nos faça resplandecer sua Luz para que os profanos vejam em nós a diferença, o amor, a alegria e prosperidade, para que saibam que DEUS em nossa Nação.

 Thiago Ferreira Vicente∴ A∴M∴ da A∴R∴L∴S∴Regeneração e Ordem n° 07 – Março de 2014

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